“É preciso
coragem para ser diferente e muita competência para fazer a diferença”.
Nesta
reflexão a inclusão da pessoa com surdez no âmbito escolar é um debate atual
que requer organização de várias propostas de trabalho para garantir ao aluno
com surdez o acesso ao conhecimento. A deficiência auditiva historicamente vem
sendo vista como uma barreira e com a política pública de inclusão nas
instituições escolares, tem se mudado essa visão que segrega e subestima as
possibilidades de desenvolvimento da pessoa com surdez que tem suas
potencialidades e as quais devem ser bem trabalhadas pelo professor da sala
comum e do AEE. “Esse ser humano precisa ser trabalhado no espaço escolar
como um ser que possui uma deficiência e tais limitações devem ser
reconhecidas e respeitadas, mas não podemos justificar o fracasso nessa
questão, em virtude de cairmos na cilada da diferença”. (PIERUCCII, 1999).
Precisamos apagar a imagem que a pessoa com surdez é um deficiente incapaz, há um estigma em relação
aos fatores relacionados à aprendizagem
atrelado pelo fato da língua, pois a surdez não está associada a perda da
capacidade cognitiva. Segundo Damázio (2005), “para assegurarmos a aprendizagem
significativa em prol das pessoas com surdez na escola comum, precisamos romper
com os vários empecilhos, que impedem o desenvolvimento e provocam a repetência
e a evasão, ocasionando o fracasso escolar”.
Não
devemos nos reportar que o fracasso escolar está associado apenas a questão da língua mais a
prática pedagógica condizente a uma educação inclusiva para a pessoa com
surdez, na construção de propostas inclusivas acessíveis para o desenvolvimento
de suas habilidades, tornando aptos a
exercer atividades que contribua para sua autonomia e independência.
Daí,
temos que pensar numa perspectiva inclusiva que integre buscando sua superação
e rompendo as fronteiras, construindo ambientes educacionais que desafiem a
criar sujeitos diferentes dividindo o mesmo espaço, partilhando as atividades e
se apropriando dos mesmos conhecimentos.
A
língua tem o seu papel mais não basta para que o aluno aprenda, pois muitos
alunos ouvintes não tem um bom desempenho escolar e tem linguagem a seu favor e
as escolas precisam de ações que desenvolvam a inclusão de crianças com surdez
assegurando o processo de aprendizagem com espaços visuais que instigue a
capacidade desses alunos, o que eles tem de melhor para oferecer, respeitando
as diferenças e mostrando que são iguais, precisam apenas de uma chance para
mostrar o seu potencial. “É com esta perspectiva que caminhamos, rumo a uma
educação igualitária, respeitando a singularidade de cada indivíduo com acesso
a educação para todos”. (MORIM, 2001).
Estatísticas
tem mostrado que a aprendizagem dos alunos
surdos tem apresentado resultados satisfatório com a integração do
bilinguismo que dá oportunidade a pessoa com surdez ter acesso as duas línguas. A Língua
Brasileira de Sinais (LIBRAS) e a língua oral,
frisando que as pessoas com
surdez que conquiste o seu espaço e o
reconhecimento de suas potencialidades deixando de serem tratadas como incapazes por não terem o oralismo e diante disso a escola precisa
planejar metodologias de ensino adequada a uma perspectiva inclusiva.
DAMÁZIO, M. F. M; FERREIRA, J. Educação Escolar de pessoas com Surdez
– Atendimento Educacional Especializado
em Construção. Revista Inclusão: Brasília: MEC, 2010, V. 5, P. 46-57.
MORIN, Edgar. Introdução e o pensamento complexo. 3 ed. Lisboa: Stória, 2001.