sábado, 8 de março de 2014

A INCLUSÃO DAS PESSOAS COM SURDEZ NA EDUCAÇÃO ESCOLAR



 










“É preciso coragem para ser diferente e muita competência para fazer a diferença”.


Nesta reflexão a inclusão da pessoa com surdez no âmbito escolar é um debate atual que requer organização de várias propostas de trabalho para garantir ao aluno com surdez o acesso ao conhecimento. A deficiência auditiva historicamente vem sendo vista como uma barreira e com a política pública de inclusão nas instituições escolares, tem se mudado essa visão que segrega e subestima as possibilidades de desenvolvimento da pessoa com surdez que tem suas potencialidades e as quais devem ser bem trabalhadas pelo professor da sala comum e do AEE. “Esse ser humano precisa ser trabalhado no espaço  escolar  como um ser que possui uma deficiência e tais limitações devem ser reconhecidas e respeitadas, mas não podemos justificar o fracasso nessa questão, em virtude de cairmos na cilada da diferença”. (PIERUCCII, 1999).
Precisamos  apagar a imagem  que a pessoa com surdez é um  deficiente incapaz, há um estigma em relação aos fatores  relacionados à aprendizagem atrelado pelo fato da língua, pois a surdez não está associada a perda da capacidade cognitiva. Segundo Damázio (2005), “para assegurarmos a aprendizagem significativa em prol das pessoas com surdez na escola comum, precisamos romper com os vários empecilhos, que impedem o desenvolvimento e provocam a repetência e a evasão, ocasionando o fracasso escolar”.
Não devemos nos reportar que o fracasso escolar está  associado apenas a questão da língua mais a prática pedagógica condizente a uma educação inclusiva para a pessoa com surdez, na construção de propostas inclusivas acessíveis para o desenvolvimento de suas  habilidades, tornando aptos a exercer atividades que contribua para sua autonomia e  independência.
Daí, temos que pensar numa perspectiva inclusiva que integre buscando sua superação e rompendo as fronteiras, construindo ambientes educacionais que desafiem a criar sujeitos diferentes dividindo o mesmo espaço, partilhando as atividades e se apropriando dos mesmos conhecimentos.
A língua tem o seu papel mais não basta para que o aluno aprenda, pois muitos alunos ouvintes não tem um bom desempenho escolar e tem linguagem a seu favor e as escolas precisam de ações que desenvolvam a inclusão de crianças com surdez assegurando o processo de aprendizagem com espaços visuais que instigue a capacidade desses alunos, o que eles tem de melhor para oferecer, respeitando as diferenças e mostrando que são iguais, precisam apenas de uma chance para mostrar o seu potencial. “É com esta perspectiva que caminhamos, rumo a uma educação igualitária, respeitando a singularidade de cada indivíduo com acesso a educação para todos”. (MORIM, 2001).
Estatísticas tem mostrado que a aprendizagem dos alunos  surdos tem apresentado resultados satisfatório com a integração do bilinguismo que dá oportunidade a pessoa com surdez  ter acesso as duas línguas. A Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) e a língua oral,  frisando que as pessoas  com surdez  que conquiste o seu espaço e o reconhecimento de suas potencialidades deixando de serem tratadas   como incapazes por não terem  o oralismo e diante disso a escola precisa planejar metodologias de ensino adequada a uma perspectiva inclusiva.

DAMÁZIO, M. F. M; FERREIRA, J. Educação Escolar de pessoas com SurdezAtendimento Educacional Especializado em Construção. Revista Inclusão: Brasília: MEC, 2010, V. 5, P. 46-57.


MORIN, Edgar. Introdução e o pensamento complexo. 3 ed. Lisboa: Stória, 2001.